No dia de Natal, inevitavelmente (e para além do nascimento de Cristo, do Pai Natal da Coca-Cola, dos presentes ou das filhoses), acabo sempre a lembrar-me de Charles Chaplin. Não apenas por ser essa a data da sua morte - o criador de Charlot faleceu na sua vivenda de Vevey na Suiça a 25 de Dezembro de 1977 com 88 anos de idade -, mas porque esse também foi o ano em que nasci: e assim tenho o privilégio de dizer que ainda partilhei no mesmo país cerca de 6 meses de existência com o cineasta que mais me marcaria em toda a minha vida (mesmo que nessa altura eu estivesse longe de saber como ou porque razão isso aconteceria). Não me custa portanto saber nesta altura quais os anos que se comemoram à passagem da morte de Chaplin: 32 (tantos quantos o meu bilhete de identidade assinala). Uma morte que veio durante o sono (não é o desejo de todos?) e que poucos meses mais tarde suscitaria um episódio caricato e digno das suas melhores comédias, mas que nos mostra igualmente bem o tipo de culto e estatuto que a sua figura ainda impunha ao fim de tanto tempo afastado do mundo e do cinema. A 1 de Março de 1978, um par de mecânicos resolveu roubar o corpo do cemitério de Corsier-sur-Vevey, no cantão de Vaud, e pedir à família um avultado resgate. Depois de inúmeras e trapalhonas desventuras (o duo não ficaria conhecido pela inteligência nem pela subtileza dos seus estratagemas) o corpo seria finalmente
descoberto perto do lago Genebra, sendo a dupla presa e condenada.
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