terça-feira, 8 de setembro de 2009

A Leste de Elia Kazan (mas não muito)


Foi assim com Alfred Hitchcock, não poderia ser de outra maneira com Elia Kazan (a nossa falta de talento para datas, e pior do que isso, para datas de aniversário dá-nos para isto: estamos sempre a chegar atrasados aonde deveria ser a festa - com Hitch foram 5 dias de atraso, com Elia deixámos passar um dia, o que significa que estamos a melhorar). Alertados pela blogosfera, apercebemo-nos então de que Kazan (um daqueles nossos cineastas que gostávamos de partilhar com toda a gente: quem disse que a cinefilia não pode ser generosa?) teria feito ontem 100 anos caso fosse vivo (faleceu a 28 de Setembro de 2003).

Mas vivos estão em nós, apesar de tudo, filmes como Esplendor na Relva, América, América, Viva Zapata!, Um Eléctrico Chamado Desejo (cuja cassete vídeo ganhámos num passatempo da TVI há uns anitos, obrigado Lauro António), Um Rosto na Multidão, A Leste do Paraíso, Quando o Rio se Enfurece ou Há Lodo no Cais. Um grande, grande realizador, que durante a cerimónia dos Óscares em 1999 (onde recebeu uma estatueta pelo conjunto da sua obra) nos pôs de pé atrás com gente como Ed Harris, Sean Penn ou Nick Nolte, nomes que protestaram contra o prémio acusando-o de ter apoiado o macartismo (a questão é polémica e fica ao juízo de cada um, o que não gostamos de ver foi o ressentimento daqueles actores).

Ora, uma das questões que também nos apeteceria colocar era a seguinte: o que foi feito da memória deste cineasta e da sua obra? Porque razão deixámos de ter contacto (não é o único, assim de repente também nos lembramos de Capra) com os seus filmes (seja no mundo estéril das reposições, seja na própria televisão)?

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