Já falta pouco: Washington Square de Agnieszka Holand, às 21h 30, no Cine-Teatro de Alcobaça, a terceira sessão do ciclo Cinema e Literatura (depois da praia, pois claro).
Estamos a chegar ao segundo e último fim-de-semana do ciclo Cinema e Literatura: no próximo domingo, dia 25, pelas 21h 30, temos Washington Square, revisão de uma das melhores obras de Henry James, um dos escritores norte-americanos mais proeminentes do séc. XIX, realizado pela cineasta polaca Agnieszka Holland e com interpretações de Jennifer Jason Leigh e Albert Finney.
Um dos filmes mais intensos de Jean-Luc Godard (um dos magos e mentores da Nouvelle Vague) e adaptação de um dos grandes romances do escritor italiano Alberto Moravia com a presença mítica de Brigitte Bardot, Michel Piccoli, Jack Palance e Fritz Lang: O Desprezo é uma ode aos bastidores do cinema e um exame profundo sobre o casamento. Belo como a vida. Belo como só o cinema pode ser (ao som do genial Georges Delerue) - segunda, às 21h 30, no Cine-Teatro de Alcobaça.
É um dos maiores filmes do mestre italiano Luchino Visconti, adaptação da obra homónima de G. Tomasi di Lampedusa, e venceu a Palma de Ouro de Cannes em 1963. Inaugura no próximo domingo, dia 18 de Julho, o ciclo Cinema e Literatura no Cine-Teatro de Alcobaça, pelas 21h 30, apostado em evocar alguns dos melhores episódios de adaptações literárias no universo do cinema. Com Burt Lancaster, Alain Delon, Claudia Cardinale, e ainda Terence Hill num dos seus papéis de início de carreira: O Leopardo, uma das obras-primas da Sétima Arte.
Ele bem tentou, mas resumir um ciclo de cinema, comentar algumas da maiores obras-primas da Sétima Arte, e ainda ter que sorrir e falar para uma câmara de vídeo intimidante, não foi tarefa fácil. Nos próximos fins-de-semana os filmes falarão por si. Apareçam!
O ciclo Cinema e Literatura a realizar no Cine-Teatro de Alcobaça sofreu alterações de última hora no capítulo das datas agendadas: em vez de 10 a 12 de Julho o programa realizar-se-á entre os dias 18 e 26 de Julho, sempre aos domingos e às segundas, mantendo-se a mesma ordem dos filmes. Os títulos poderão ser vistos segundo a ordem seguinte: O Leopardo, dia 18, domingo, O Desprezo, dia 19, segunda, Washington Square, dia 25, domingo, e por último, Morte em Veneza, dia 26. As sessões decorrem sempre pelas 21h 30.
Morreu Dennis Hopper: um dos últimos actores a fazer a ligação entre a Hollywood clássica (entrou em Fúria de Viver de Nicholas Ray ao lado de James Dean e Natalie Wood) e a nova Hollywood que ajudou a nascer e para a qual contribuiu como realizador no mítico Easy Rider. Esta é uma das cenas que mais lembramos dele; e se não nos enganamos a cena que Quentin Tarantino considerou recentemente como a melhor que alguma vez escreveu (pertence a Amor à Queima-Roupa de Tony Scott). A nossa homenagem.
Vamos arrancar este ano, e mais uma vez, com uma colaboração na 18.ª edição do Festival de Música de Alcobaça - Cistermúsica: entre os dias 10 e 12 de Julho o Cine-Teatro de Alcobaça recebe o ciclo Cinema e Literatura, uma iniciativa que responde não apenas ao tema do certame (Música e Literatura) que decorre entre os dias 30 de Maio e 31 de Julho, procurando evocar alguns dos melhores episódios de adaptações literárias no universo do cinema ao longo das últimas décadas, mas que pretende ainda prestar uma homenagem ao melhor que o cruzamento entre estas duas artes nos ofereceu. Nota muito importante: todos estes filmes poderão ser vistos em película 35mm.
E aqui chegados, destacamos as obras de um dos mestres que melhor soube respeitar o espírito do texto literário original: Luchino Visconti, com Morte em Veneza (dia 12 de Julho, 21h 30) e O Leopardo (dia 10 de Julho, 21h 30). Mas há mais: se Thomas Mann, Alberto Moravia, Giuseppe Tomasi di Lampedusa ou Henry James são, digamos, as fontes literárias para este ciclo e o ponto de partida das obras cinematográficas presentes, já podemos ter assim uma pequena pista do programa que ainda inclui Washington Square de Agnieszka Holland (dia 11 de Julho, 21h 30) e O Desprezo de Jean-Luc Godard (dia 11 de Julho, 17h). Consultem todo o programa e respectiva informação no folheto acima ou na tabela ao lado.
O mar, a praia, o pôr-do-sol e a areia, a imagem de uma criança, símbolo de nostalgia e de juventude, marca da beleza, marca da existência. E a morte que chega na praia, no ocaso da vida, tal como Visconti o filmou em Morte em Veneza ao som de Mahler. Uma morte que François Ozon tão bem parafraseou em O Tempo que Resta; desta vez ao som de Valentin Silvestrov.
Antes do início da sessão de Black Dynamite na passada segunda, a encerrar a extensão IndieLisboa 2010 em Alcobaça, falámos naquelas que nos pareciam as influências mais directas a esta paródia da blaxploitation, exercício absolutamente louco e hilariante sobre o género da década de 1970, realizada por Scott Scanders; e à cabeça vieram-nos personagens como Shaft, Dirty Harry, James Bond (aos quais poderíamos ter ainda juntado nomes como Foxy Brown ou gente da música como James Brown e Little Richard), entre muitos outros. Não falámos em Dolemite (simplesmente porque não o conhecíamos, confessamos), naquela que pode ser entendida talvez como a referência mais clara para Black Dynamite. Pela menção, importa sobretudo agradecer ao Demétrio Duarte que da plateia acabou por dar a sua justa (e reconhecida) contribuição.
Temos 5 bilhetes a oferecer para cada uma das duas últimas sessões da extensão IndieLisboa no Cine-Teatro de Alcobaça, hoje, com os filmes On the Road to Femina (às 19h) e Black Dynamite (21h 30). Os primeiros a enviarem um mail para o endereço aurorarede@gmail.com, até às 18h, serão os felizes contemplados. Basta referirem o filme pretendido e o vosso primeiro e último nome. Apressem-se e marquem lugar!
Promete ser um verdadeiro divertimento e uma das sessões mais estimulantes da extensão IndieLisboa 2010 em Alcobaça: Black Dynamite é não só uma homenagem a um universo cinematográfico da década de 1970 com códigos e convenções perfeitamente definidos, mas também um olhar sobre o tempo e a memória cinéfila (à la Tarantino ). Inspirados na figura do cantor James Brown, o realizador Scott Sanders e o actor e co-argumentista Michael Jai White criaram uma comédia de acção extravagante, que joga com todos os clichés dos filmes e séries de televisão dos anos 70: um olhar satírico e irresistível sobre a era da blaxploitation, com todos os ingredientes para agradar. Marquem lugar, sempre às 21h 30, nos dias 16 e 17.
É o grande destaque da extensão IndieLisboa 2010 no capítulo dos Filmes Premiados: Pelas Sombras, documentário de Catarina Mourão chega amanhã, pelas 19h (com repetição na segunda, pelas 14h 30), ao Cine-Teatro de Alcobaça com dois prémios na bagagem; o Prémio Signis – Árvore da Vida e o Prémio do Público Johnnie Walker para Melhor Longa Metragem, mas traz-nos essencialmente um retrato da artista Lourdes Castro, levando-nos até ao reduto do seu quotidiano, à casa que construiu com Manuel Zimbro (falecido em 2003) na Madeira, numa obra que ultrapassa largamente o formato de "documentário sobre artista" para ser um belíssimo e cúmplice retrato de uma das mais singulares artistas portuguesas. Mais sobre o filme aqui.
A cerca de dois dias da exibição do documentário On the Road to Femina de Jorge Quintela no Cine-Teatro de Alcobaça nos dias 16 (17h) e 17 (19h), por ocasião da passagem da extensão IndieLisboa 2010 neste mesmo espaço, voltamos aqui a relembrar uma reportagem de The Legendary Tigerman ao programa de televisão Fotograma onde o músico fala não só sobre esta espécie de "anti-making-of" do lançamento e promoção do seu último álbum, mas também a respeito das curtas-metragens que realizou em formato super 8 (e que irão ser igualmente projectadas no início das sessões) ou a sua participação como actor no filme Tebas de Rodrigo Areias. A entrevista que podemos ver acima foi realizada no dia 1 de Outubro do ano passado durante o concerto de apresentação do álbum Femina no cinema Sá da Bandeira no Porto.
É no fundo o filme que irá abrir a extensão IndieLisboa 2010 no Cine-Teatro de Alcobaça, logo no início da sessão IndieJúnior do próximo domingo, dia 16 de Maio, pelas 11h: Silêncio na Paisagem de Joanna Lurie viaja às profundezas de uma grande floresta onde pequenas e curiosas criaturas descobrem a magia da neve. Um filme para as vossas crianças e para as crianças em vós. Sem palavras, mas com muita ternura.
Estreado nos Estados Unidos em 1927, Aurora foi o primeiro filme de Friedrich Wilhelm Murnau realizado em Hollywood, além de uma das raras produções a receber então carta branca e total liberdade criativa e financeira, facto invulgar na época para um realizador que, apesar de visto como um dos mais importantes cineastas alemães (ao lado de Fritz Lang) resolveu dessa forma adaptar ao grande ecrã a novela germânica de Hermann Sudermann, intitulada Viagem a Tilsit.
Se é verdade que as audiências acabaram por não corresponder ao esforço artístico e financeiro posto em cena (acabaria por ser um relativo insucesso de bilheteira), a primeira cerimónia dos Óscares contemplou-o com três estatuetas (Melhor Filme, Actriz e Fotografia).
Mais do que isso, o tempo e as recorrentes listas de “melhores filmes da história do cinema” continuaram a citá-lo e a colocá-lo nas posições mais cimeiras: François Truffaut chegou mesmo a elegê-lo como “o mais belo filme de todos os tempos”.
Vai estar no próximo sábado, dia 15 de Maio, pelas 21h 30, no Cine-Teatro São Pedro em Alcanena, musicado ao vivo por um excelente trio de músicos: Nuno Costa (guitarra e laptop), Óscar Graça (teclados e laptop) e Demian Cabaud (contrabaixo).
Também ja está disponível (tal como podem ver acima) o folheto da extensão IndieLisboa 2010 que irá decorrer daqui a pouco mais de uma semana, nos dias 16 e 17 de Maio, no Cine-Teatro de Alcobaça. As alterações anunciadas no post anterior podem ser aqui vistas mais claramente e esta é também uma boa forma de começarem a fazer as vossas escolhas. Todos os filmes têm direito a duas sessões e há um pouco de tudo: curtas e longas metragens, ficções e documentários. Dêem uma espreitadela e façam as vossas escolhas.
A extensão IndieLisboa 2010 a realizar no Cine-Teatro de Alcobaça nos dias 16 e 17 de Maio sofreu alterações de última hora na programação prevista, havendo novos filmes e uma nova grelha horária que importa anunciar.
Assim, o documentário Há Tourada na Aldeia, um dos filmes anteriormente previstos, foi substituído pela obra de Scott Sanders (presente na secção Director’s Cut): Black Dynamite, uma paródia hilariante ao universo dos filmes da “blaxploitation” que personagens como Shaft e a década de 70 celebrizaram (será exibido em ambos os dias às 21h 30).
No capítulo dos Filmes Premiados, já podemos igualmente anunciar que Pelas Sombras, documentário de Catarina Mourão que venceu o Prémio Signis – Árvore da Vida e o Prémio do Público Johnnie Walker para Melhor Longa Metragem (sessão reagendada para as 19h do dia 16 e para as 14h 30 do dia 17), e a curta Cocoon premiada com o Grande Prémio Inatel para Melhor Curta Metragem (filme que será exibido em complemento a Black Dynamite) foram os títulos escolhidos.
Por força destas alterações, o documentário On the Road to Femina de Jorge Quintela será exibido no dia 17 pelas 19h, e a sessão IndieJúnior >3 anos foi antecipada para as 10h 30 do dia 17, mantendo-se os restantes horários tal como inicialmente divulgado. Todas as alterações podem ser confirmadas segundo o programa ordenado na tabela ao lado.
Já está escolhido o filme premiado que irá marcar presença nas sessões de amanhã no Teatro Miguel Franco em Leiria: 10 to 11 é a primeira longa-metragem da cineasta turca Pelin Esmer e saiu do IndieLisboa com uma Menção Honrosa para a Interpretação Atribuída pelo Júri Internacional de Longa Metragem ao actor Mithat Esmer. Trata-se de mais um prémio a juntar a uma já bem longa lista de prémios arrecadados por esta obra de estreia em inúmeros festivais europeus, isto depois do projecto do filme ter sido um dos seis escolhidos pelo Festival de Cinema de Cannes em 2007 para integrar a Residência CinéFondantion em Paris onde a realizadora teve a oportunidade de escrever o argumento. 10 to 11 mostra-nos a história de dois homens, Mithat e Ali, que se cruzam em Istambul, capital da Turquia e uma cidade dividida entre a modernidade e a tradição.
Um documentário filmado no Rio de Janeiro convida pessoas idosas a lerem em voz alta versos eróticos do livro O Amor Natural, obra escrita por Carlos Drummond de Andrade quando este já era idoso ele próprio. Aqui vemos pessoas, nos seus 60, 70, 80 anos, ao mesmo tempo deliciadas e constrangidas, não só com a beleza da poesia, mas com as memórias sobre o amor e o sexo que lhes são sugeridas e que as levam a contar as suas próprias histórias eróticas. É esta a receita de O Amor Natural, filme exibido esta noite no Teatro José Lúcio da Silva, pelas 21h 30, na extensão IndieLisboa em Leiria, e realizado por Heddy Honigmann, a documentarista holandesa homenageada este ano pelo Festival na secção Herói Independente, que também podemos observar acima numa entrevista gravada durante o certame.
Daqui a pouco, no Teatro José Lúcio da Silva em Leiria, haverá uma sessão IndieJúnior, pelas 15h 30, com direito a variadíssimas curtas de animação. Em cima fica mais um trailer promocional desta importante secção juvenil do IndieLisboa para convencer, quem sabe, todos os indecisos que ainda existam por aí.
Extra! Extra! Daqui a pouco, além do documentário de Jorge Quintela: On the Road to Femina (um verdadeiro "inlook" a todo o processo de gravação e promoção do último álbum de The Legendary TigermanFemina, com imagens privilegiadas de estúdio e tournée: por lá andam Asia Argento, Rita Red Shoes, Cibelle, entre muitas outras), a abrir a sessão teremos ainda 3 curtas filmadas em Super 8 pelo próprio Paulo Furtado, verdadeiros filmes inéditos que ao que consta não incluíram a edição DVD do disco (por isso, atenção: é mesmo um privilégio).
(Imagem: il serpentone feat. Asia Argento, filme Super 8 realizado por Paulo Furtado)
Aqui fica também um aperitivo para a sessão IndieJúnior, amanhã, pelas 15h 30, no Teatro José Lúcio da Silva em Leiria: a curta Miriam e a Moldura Partida de Leelo Tungal e Peep Pedmanson.
O IndieLisboa acaba de anunciar ao Ípsilon que teve 44.003 espectadores na edição deste ano, mais 25,7% do que o ano passado, segundo fonte da organização do festival. O grande vencedor do Festival foi o filme Go Get Rosemary da dupla de cineastas irmãos Josh Safdie e Ben Safdie, um retrato autêntico de um pai negligente, que luta para se agarrar aos seus dois filhos pequenos, e cujo olhar retrospectivo, terno e sem rancor, capta uma vida familiar febril (trailer acima). Para quem quiser conhecer o restante palmarés pode fazê-lo aqui.
Amanhã, também no Teatro José Lúcio da Silva, pelas 15h 30, vamos ter oportunidade de ver uma selecção dos melhores filmes que integraram a secção IndieJúnior no Festival deste ano, obras especialmente vocacionadas para os mais jovens e que visam contribuir para o encontro das crianças com um conjunto de filmes notáveis, através de uma experiência artística e lúdica: o cinema. Tratam-se de curtas-metragens para maiores de 3 anos e em cima podemos dar uma olhada ao clip da respectiva secção: um verdadeiro caso de sucesso junto do público infantil (e não só).
Paulo Furtado fala sobre o álbum Femina numa entrevista a essa verdadeira instituição televisivo-musical: o Top+. Ora, a dada altura o apresentador faz esta "pertinentíssima" afirmação: "o tigre é um predador, mas também é domado." Será que é?
Recuperamos ainda uma reportagem do programa de televisão Fotograma onde The Legendary Tigerman fala sobre as curtas-metragens que realizou em formato super 8, a sua participação como actor no filme Tebas de Rodrigo Areias e essencialmente no documentário On the Road to Femina de Jorge Quintela - uma entrevista realizada no dia 1 de Outubro do ano passado no concerto de apresentação do álbum Femina no cinema Sá da Bandeira no Porto.
Só para abrir o apetite para a sessão desta noite cá vai o vídeoclip do tema Life Ain't Enough For You de The Legendary Tigerman com a muito "cinemática" Asia Argento, actriz italiana e filha do mítico cineasta Dario Argento, que emprestou a voz e o corpo ao álbum do nosso "felino" Paulo Furtado. E não, não há coincidências: há algo de muito próximo entre a música do "homem-tigre" e o mundo do cinema - algo que tem muito que ver com a capacidade das suas melodias sugerirem imagens e narrativas para além do som (imaginamos que também tenha sido isso que tenha atraído o olhar do realizador Jorge Quintela).
O Teatro José Lúcio da Silva recebe hoje, segunda-feira (dia 3 de Maio), pelas 21h 30 (e somente um dia depois do IndieLisboa 2010 ter terminado em Lisboa), uma extensão do importante Festival de Cinema Independente à semelhança do que aconteceu o ano passado em Leiria. A abrir teremos então o documentário de Jorge Quintela: On the Road to Femina, obra presente na secção Indie Music que retrata a gravação e o lançamento do álbum Femina de The Legendary Tigerman. Acima podemos ver uma entrevista do realizador gravada durante a última edição do IndieLisboa.
O programa da extensão IndieLisboa 2010 em Leiria já está disponível e pode ser visto nas colunas ao lado, mas uma boa ideia também era espreitarem o folheto ainda antes dele ir para a rua amanhã - ena, ena, já viram o privilégio? E porque nesta história de privilégios não ficamos por aqui, é preciso dizer ainda que o Teatro José Lúcio da Silva e o Teatro Miguel Franco recebem já na próxima segunda (dia 3 de Maio) e até quarta (dia 5), apenas um dia depois do IndieLisboa 2010 terminar em Lisboa, aquela que é na verdade a primeira extensão imediatamente após a edição deste ano. A abrir no Teatro José Lúcio vamos ter o documentário de Jorge Quintela: On the Road to Femina, presente na secção Indie Music e sobre a gravação e o lançamento do álbum Femina de The Legendary Tigerman (a sessão decorre às 21h 30).
Já no dia seguinte, e naquele mesmo espaço, pelas 14h 30, será então a vez dos mais pequenos terem direito a uma sessão IndieJúniorcurtas >3 anos onde poderão admirar um conjunto de filmes de animação expressamente dirigidos à sua idade (embora os adultos também estejam convidados). Pouco mais tarde, pelas 21h 30, chega a vez de Heddy Honingman, cineasta a quem foi prestada homenagem na edição do IndieLisboa deste ano através da secção Herói Independente, mostrar-nos O Amor Natural, um documentário passado nas praias do Rio Janeiro sobre o amor, o sexo e o erotismo (e toda a alegria que isso nos traz à vida).
A terminar, no Teatro Miguel Franco, teremos duas sessões, pelas 18h 30 e 21h 30, dedicadas a mostrar algum dos Filmes Premiados no Festival (e que naturalmente até esta altura não saberemos quais serão, mas que oportunamente serão divulgados depois da cerimónia de atribuição dos prémios a decorrer no próximo sábado).
Manoel de Oliveira, ausente o ano passado no Festival de Cinema de Cannes e alvo de homenagem há dois anos atrás neste mesmo certame, durante a celebração do seu centenário, regressa na edição deste ano à selecção oficial com um novo filme (a decorrer de 12 a 23 de Maio): O Estranho Caso de Angélica. A obra está ainda em fase de montagem e vai ser exibida fora de competição, na secção Un Certain Regard, onde também poderemos encontrar outro veterano da Sétima Arte: Jean-Luc Godard que mostrará Film Socialisme.
Quanto à mais recente produção de Oliveira trata-se da adaptação de um projecto antigo do realizador, dos anos 50, cujo argumento chegou a ser inclusivamente editado em livro, e que tem como protagonista a actriz espanhola Pilar López de Ayala. O restante elenco integra os habitués do cineasta: o neto Ricardo Trepa, assim como Leonor Silveira, Luís Miguel Cintra e Isabel Ruth.
Werner Herzog nunca escondeu o seu fascínio pela relação entre o Homem e a Natureza; em muitos dos seus filmes mais recentes (Grizzly Man, Encounters at the End of the World) o realizador germânico eleva mesmo os retratos dessa ligação entre o humano e o natural a uma dimensão quase mística e radical, por vezes espiritual, noutras vezes alienatória, mas sempre fixado nas várias formas e dimensões que tais experiências limite podem vir a ter e a modo como tocam temas universais como a morte, o divino e as nossas origens.
O projecto do seu próximo documentário não será, portanto, muito diferente: Herzog parece ter conseguido autorização para filmar no interior das grutas de Chauvet-Pont-d'Arc, situadas na zona de Ardèche, sul de França, onde podem ser encontradas as mais antigas pinturas rupestres descobertas até à data, com cerca de 30 mil anos de existência. Se este facto é extraordinário, tendo em conta que as grutas e as pinturas têm estado vedadas ao público devido ao risco sério de degradação e preservadas fora de qualquer contacto humano, Herzog pretende ainda rodar esta nova produção em 3D.
Ou seja, por outras palavras, o documentário de Herzog pode bem constituir a única oportunidade que teremos de observar este espaço e as milenares pinturas que nos mostram leões, panteras, ursos, hienas, rinocerontes (sim, leram bem, rinocerontes) ou mochos - o que sugere até que ponto a fauna e a flora da vida selvagem em França era diferente da de hoje. Segundo declarações do cineasta, este era um filme que há muito desajava fazer já que a arte rupestre foi sempre algo que o fascinou. Quanto à tecnologia utilizada, Herzog adianta que o processo utilizado tem sido bastante difícil e duro. As paredes não podem ser tocadas e as luzes não podem criar qualquer tipo de temperatura. As câmaras foram construídas totalmente de raiz e usam lentes específicas para o efeito 3D, algo que nunca foi feito.
Já se sabia que Stanley Kubrick antes de ter olho para o cinema havia tido olho para a fotografia: para ele foi aí que tudo começou, por volta dos seus 13 anos, quando o pai lhe ofereceu uma máquina fotográfica Leica III - o que levou o jovem artista não só a descobrir a paixão pela imagem como a aperfeiçoar a sua técnica, isto antes de ser contratado pela revista Look quando ainda tinha apenas 17 anos.
O realizador de 2001: Odisseia no Espaço permaneceu na revista Look durante cinco anos, ingressando mais tarde no mundo do cinema, e deixando para trás a fotografia. Perdeu-se um fotógrafo, mas ganhou-se um cineasta (um dos mais importantes de sempre) e por isto Kubrick vai ter agora uma exposição em Milão onde será exibida uma colecção de cerca de 200 fotos capturadas entre 1945 a 1950 pelo realizador.
Consta que um ano antes da sua morte, o organizador da exposição, Rainer Crone, foi ter com o realizador para pedir autorização para reunir o material patente na cidade italiana. Kubrick ter-lhe-á dito "tome o seu tempo e boa sorte". 12 anos depois, o resultado pode ser visto no Palazzo della Ragione de Milão, de 16 de Abril a 4 de Julho.
Começa hoje a quarta edição do PANORAMA, a Mostra do Documentário Português, que ao longo dos próximos dez dias exibirá nas salas do cinema São Jorge, em Lisboa, os melhores documentários produzidos em Portugal durante o último ano. O filme que dá início a este certame, pelas 21h 30, será Jaime de António Reis, que a par de Margarida Cordeiro são os cineastas homenageados na secção Percursos no Documentário Português (com exibição garantida da restante filmografia da dupla: Trás-os-Montes, Rosa de Areia e Ana). Haverá ainda antes da sessão de abertura, pelas 19h, o lançamento dos Livros de Debates I, II e III, edições que são uma memória das conversas ocorridas entre 2006 e 2009 e marcam não só a história do próprio PANORAMA, mas muito mais claramente os três anos de história do documentário português.
Depois de uma primeira edição cuja a programação foi organizada por temas, de uma pesquisa na segunda sobre as ferramentas do cinema documental português e da tentativa de descobrir como se trabalha no documentário na última edição, a 4ª Mostra do Documentário Português, que decorre até ao próximo dia 18 de Abril, dá continuidade à questão levantada no ano passado, olhando para a produção dentro de paredes particulares: as da escola. Consultem o programa aqui ou dêem uma olhada ao folheto aqui.
Depois de interpretar o papel de um detective do FBI no último filme de Martin Scorsese, The Shutter Island, Leonardo di Caprio parece que vai subir um pouco na hierarquia e interpretar o mítico J. Edgar Hoover, fundador e director durante vários anos do Federal Bureau of Investigation, uma das mais poderosas e temidas personagens da História dos Estados Unidos no século passado (e em particular no período pós-II Guerra Mundial), numa produção que será assinada por Clint Eastwood. O argumento, que será escrito por Dustin Lance Black (guionista de Milk que assim parece pegar em alguém que está nos antípodas da imagem do activista pelos direitos dos homossexuais que Gus Van Sant retratou - ou talvez não: são vários os rumores que davam Hoover como um homossexual "escondido" e com tiques de travesti) abordará a ascensão desta controversa personalidade, desde o instante em que fundou o FBI até ao momento da sua morte em 1972, altura em que continuava a ocupar o cargo cimeiro desta organização.
E depois não nos venham dizer que o cinema português não existe ou que é uma "seca", que o Manoel de Oliveira está velho e acabado ou que não quer saber do público e das audiências, que os filmes portugueses são a melhor cura para a insónia ou a fonte de todos os tédios, essas coisas e tal. Ou que não há beleza aqui, e sonho, e espelhos, e cinema. A Vida, a Morte e o Sagrado - assim mesmo com maiúsculas. E Bénard da Costa (que saudades).
Running on Empty (título original que preferimos ao nacional Fuga Sem Fim) é um belíssimo filme de Sidney Lumet, um dos cineastas americanos mais injustamente subestimados, que cruza o universo da adolescência e da família com uma sensibilidade invulgar - embora pelo meio ainda haja uma história de dissidência política e marginalidade, é certo, e uma meditação sobre o crescimento que importa não desprezar. Mas essencialmente é um filme com tudo no sítio: ritmo, narrativa, personagens em que se acredita, uma mise-en-scene à beira da perfeição e uma delicadeza visual rara (Lumet pega em cada cena e em cada imagem como se pegasse nas asas de uma borboleta). E claro, River Phoenix, Judd Hirsch, Christine Lahti ou Martha Plimpton, actores a quem Lumet retira a matéria-prima do cinema. Esta sequência explica em parte o que queremos dizer e explica um pouco do princípio que assiste a esta obra-prima numa extraordinária e singela dança de corpos, sentimentos e relações. Há muito tempo que não víamos uma família destas no cinema.
Quem disse que o cinema de James Cameron é só fantasia? O realizador anda agora pelo mundo com uma missão que pode ser entendida quase como uma espécie de correspondência entre a realidade e as questões que atravessam boa parte do maior sucesso de bilheteira da História do Cinema: Avatar. Este anda não só preocupado com o impacto ambiental de uma central hidroeléctrica na Amazónia como o site da Globo vai avançando que o cineasta resolveu enviar uma carta formal ao Presidente brasileiro, Lula da Silva, a solicitar a suspensão imediata do projecto de construção desta infra-estrutura em Monte Belo.
Para isso Cameron deslocou-se mesmo ao Brasil para participar no Fórum Internacional de Sustentabilidade, em Manaus, onde aproveitou para se encontrar com representantes do povo de Xingu. Isto mostra bem do empenho do ex-marido de Kathryn Bigelow na luta contra a construção da central que já foi comparada à do povo Na`vi. James Cameron afirma que ambos sofrem "ameaças e injustiças" e considerou a hipótese de ainda vir a filmar a sequela de Avatar na Amazónia (ora aí está uma novidade). Parece que o governador Eduardo Braga e o Secretário de Estado da Cultura, Robério Braga, tentaram ainda convencê-lo rodar parte do filme naquela região, tendo sido enviado ao realizador de Titanic uma Carta de Apoio à Produção Audiovisual na Amazónia, além de uma lista com as zonas que poderiam servir de ao filme.
Foi aliás através do contacto com muitos dos realizadores internacionais que por ali passaram, como Sir Alan Parker, Claude Lelouch, Norman Jewison, Irvin Kershner, Paul Redman, John Boorman, John Mc Tiernan, Roman Polanski, Hugh Hudson e Matt Dillon, que Cameron tomou conhecimento da zona e da sua "fotogenia" adequada a produções audiovisuais, defendendo também a necessidade de haver um maior convívio e uma maior harmonia entre a natureza e a indústria do cinema nos próximos anos. "Acho que os filmes podem ser feitos de maneira mais verde", adiantou.
Depois do sucesso nas bilheteiras de Alice no País das Maravilhas, o que é caso para dizer que Burton está hoje também no "país das maravilhas" das apostas dos estúdios, o realizador norte-americano já é apontado para mais uma adaptação de um clássico da literatura infantil: A Bela Adormecida (história criado pelo francês Charles Perrault no longíquo séc. XVII). Ou seja, Tim Burton mantém-se no domínio dos mundos de fadas (isto também deve significar no domínio do mundo 3D) e prepara-se para transformar em filme e com personagens reais (ou não, ou talvez ambas, ninguém sabe) um clássico do imaginário infantil - e se bem conhecemos Burton deve vir aí uma Bela Adormecida negra, muito negra. Bastante certa parece ser também a presença de Angelina Jolie que ao que consta, segundo o Guardian, deverá interpretar o papel da Rainha Má. De momento, e quanto a nomes, é tudo. Mas por nós, Burton e Jolie já chegavam.
Esteve presente no último Estoril Film Festival onde, além de mostrar que sabia representar, aproveitou também para revelar pela mão de Paulo Branco os seus dotes na pintura: o certame contou então com uma exposição de quadros da sua autoria. Talvez por isso (ou talvez não) o Festival de Cinema de Cannes resolveu igualmente trazer Juliette Binoche para a frente do cartaz na sua 63.ª edição. O cartaz oficial, portanto, é aquele que podemos ver acima onde a actriz francesa demonstra não só que sabe pegar em pincéis como desenhar a luz de Cannes (no cinema é tudo uma questão de "luz"). A foto é de Brigitte Lacombe e o grafismo pertence a Annick Durban. O corpo e o sorriso são de Juliette Binoche.
Há uma ideia erradíssima sobre o cinema português - e é caso para dizer que o cinema português sempre pareceu sofrer disto: das "ideias" que se têm dele e menos da realidade que é a sua (que essa sim, por ignorância ou por alheamento, parece escapar aos juízos imediatos e estereotipados) - que avança que os seus agentes (realizadores, produtores, actores, argumentistas, sei lá) passam o tempo e a vida à espera do subsídio à sombra da bananeira e a fazer tudo por tudo para tirar gente das salas de cinema.
Pode haver casos em que tal aconteça e não temos dúvidas que boa parte dos equívocos entre os criadores e as audiências estão hoje enraizados numa espécie de resistência natural entre uns e outros, mas a verdade é que o desejo de fazer cinema, em suma, de fazer filmes e contar histórias anda por aí e os mais desatentos não podem julgar tudo pela mesma bitola só porque o discurso contra o cinema nacional se tornou uma "moda crónica" das mesas de café. Isto para dizer só o seguinte: há bons e maus filmes, bons e maus realizadores, uma evidência tão natural no nosso país como na indústria americana.
O problema é que isto impede-nos, a nós portugueses, de distinguir a qualidade da mediocridade. É uma derrota à partida que todos aqueles que lutam para produzir e estrear filmes não merecem. O artigo do Público de hoje, intitulado "O cinema português nunca existiu tanto e com tão pouco" (bem ao estilo da jornalista Inês Nadais) mostra-nos afinal que há gente no cinema português a fazer por ele. O cinema português não é uma abstracção: tem virtudes e defeitos, precisa de soluções e criatividade, de dinheiro e imaginação, e essencialmente de público. De ser visto. Era bom que começássemos por aí, de uma vez por todas.
Imagem: Trás-os-Montes (1976) de Margarida Cordeiro e António Reis
É uma notícia que já podemos confirmar: à semelhança do que aconteceu no ano passado o IndieLisboa volta a passar por Leiria e Alcobaça e pela rede *aurora, trazendo mais uma vez para fora da capital o melhor que se anda a fazer no universo do cinema independente por esse mundo fora. O Teatro José Lúcio da Silva volta desta forma a ter o privilégio de constituir o primeiro local a acolher uma extensão da 7.º edição do Festival Internacional de Cinema Independente de Lisboa, logo após o fim do certame no dia 2 de Abril - leirienses, as datas a apontar são as seguintes: 3 a 5 de Maio -, seguido alguns dias mais tarde pelo Cine-Teatro de Alcobaça que recebe pela quarta vez consecutiva (é já uma relação consolidada), entre os dias 15 e 17 de Maio, a igual oportunidade de darmos uma espreitadela ao programa do festival.
O IndieLisboa terá lugar este ano entre os dias 22 de Abril e 2 de Maio também na Culturgest, que este ano se assume como co-produtora do evento juntando, deste modo, mais dois ecrãs de cinema aos seis já conhecidos. A programação caracteriza-se, como sabemos, pela apresentação de longas e curtas metragens, obras de ficção, filmes de animação, experimentais e documentários tendo como objectivo principal a promoção e divulgação de obras e autores nacionais e estrangeiros ao público em geral e aos profissionais do sector.
Naturalmente, o programa previsto para as extensões do IndieLisboa 2010 em Leiria e Alcobaça ainda não é possível ser conhecido dada a natureza de actualidade da mostra, pois só depois do final do festival ficará decidida a selecção de filmes. Certa será a presença já habitual de uma sessão IndieJúnior adequada aos mais jovens (embora não só: os graúdos não costumam ficar alheios à qualidades das obras presentes nesta secção) e pelo menos três longas-metragens que poderão ser de produção nacional ou estrangeira.
Morreu Eric Rohmer, um dos grandes nomes do cinema francês (ou do cinema "tout court") e um dos últimos representantes da Nouvelle Vague, nascido a par de François Trufaut ou Jean-Luc Godard na célebre redacção da Cahiers du Cinema.
Esta lista top 5 é, no fundo, um top 6. Porquê? Por reservar o último lugar a essa coisa rara por cá: o cinema documental. E por aí encontrarmos dois dos melhores exercícios visuais sobre a memória pessoal que vimos nos últimos tempos. Quem disse que os últimos não eram os primeiros?
1 :: Gran Torino de Clint Eastwood
O filme do ano e nova obra-prima de Clint Eastwood, o maior cineasta vivo da actualidade, numa história que resume uma carreira e um percurso ímpares, servindo ainda de testamento do grande cinema e da marcante iconografia a que nos habituou.
2 :: Sacanas sem Lei de Quentin Tarantino
Provavelmente, o filme mais “Tarantino” de Tarantino, onde palavra, símbolo e literatura atingem na obra deste compulsivo reciclador do cinema popular o seu expoente máximo, alimentando a tensão de sequências únicas e onde a acção explode literalmente em todas as direcções.
3 :: Milk de Gus Van Sant
Uma obra no limiar da perfeição e verdadeiro manifesto do liberalismo americano, espelho da luta pelos direitos civis de uma época (que também é a nossa) como marca de liberdade e como expressão ainda do melhor cinema de um “autor” americano por excelência.
4 :: Star Trek de J. J. Abrams
A isto, sim, podemos chamar renovação de um dos “serials” mais icónicos da ficção científica, não apenas na sua dimensão visual e narrativa, mas através dos valores fundamentais que regem um género, apesar de tudo, clássico, onde a qualidade e o entretenimento nunca foram incompatíveis.
5 :: A Valsa com Bashir de Ari Folman / As Praias de Agnés de Agnés Varda
Primeiro, foram dois documentários a conseguir chegar a um “difícil” circuito de distribuição que vive, anseia e se deixou dominar por vampiros e “blockbusters”. Segundo, porque fizeram do passado e da memória pessoal um universo de auto-descoberta, espelho de traumas pessoais ou puro reflexo da magia do cinema.
A *aurora é uma rede criativa de programação e exibição de cinema que aposta em trazer às salas e aos espaços culturais da região Oeste todas as obras de relevância histórica e artística que muitas vezes temos dificuldade em observar no grande ecrã.
slogan
uma nova ideia de programação,
uma nova forma de olhar o cinema
agenda
Ciclo de Cinema
Cinema e Literatura
em colaboração com o XVIII Festival de Música de Alcobaça - Cistermúsica
Cine-Teatro de Alcobaça Alcobaça
18 > 26 de Julho
domingos e segundas
A história das relações entre a literatura e o cinema tem sido um caso quase tão antigo quanto a própria história das imagens em movimento, um mundo em certas ocasiões povoado de equívocos, noutros momentos marcado por desfechos felizes.
Talvez por isso, porque a palavra e o texto literário nunca deixaram de ter o poder de suscitar imagens e oferecerem-nos narrativas, a Sétima Arte pela mão dos seus maiores cineastas foi sempre buscar ao campo da literatura o melhor que esta tinha para oferecer.
Mais uma vez em colaboração com a actual edição do Cistermúsica, a rede *aurora apresenta o ciclo Cinema e Literatura, uma iniciativa que responde não apenas ao lema do festival, procurando evocar alguns dos melhores episódios de adaptações literárias no universo do cinema ao longo das últimas décadas, mas que representa ainda uma homenagem ao melhor que o cruzamento entre estas duas artes nos ofereceu.
em cartaz
programa
O Leopardo de Luchino Visconti domingo 18 de Julho 21h 30
Um dos maiores filmes do mestre italiano Luchino Visconti, esta adaptação da obra homónima de G. Tomasi di Lampedusa venceu a Palma de Ouro de Cannes e contou com interpretações de Burt Lancaster, Alain Delon e Claudia Cardinale.
O Desprezo de Jean-Luc Godard segunda 19 de Julho 21h 30
Adaptação de um dos grandes romances do escritor italiano Alberto Moravia por Jean-Luc Godard, um dos magos e mentores da Nouvelle Vague, com a presença mítica de Brigitte Bardot, Michel Piccoli, Jack Palance e Fritz Lang.
Washington Square domingo 25 de Julho 21h 30
Revisão de uma das melhores obras de Henry James, um dos escritores norte-americanos mais proeminentes do séc. XIX, realizado pela cineasta polaca Agnieszka Holland e com interpretações de Jennifer Jason Leigh e Albert Finney.
Morte em Veneza segunda 26 de Julho 21h 30
Baseado no clássico da literatura do escritor germânico Thomas Mann, uma das adaptações mais apaixonadas de Luchino Visconti, que resulta numa profunda reflexão sobre a arte e a vida, a beleza e a morte, ao som de Gustav Mahler.
Filme-concerto
Aurora
Cine-Teatro Avenida Castelo Branco
11 de Setembro
sábado
Considerado uma obra-prima absoluta do cinema e um dos mais belos filmes alguma vez feitos, Aurora é um prodígio visual e narrativo que continua a entusiasmar espectadores e comunidade cinéfila ao fim de mais de oito décadas.
O filme-concerto que nos oferece agora a oportunidade de rever este clássico da Sétima Arte não procura apenas transportar para o presente uma técnica comum aos primórdios do cinema: a interpretação ao vivo de uma banda sonora durante a exibição de filmes mudos.
A 3ª edição de 8 ½ Festa do Cinema Italiano vai ficar marcada pela presença de grandes realizadores do novo cinema italiano e pela exibição de filmes em ante-estreia nacional..
Matteo Garrone, galardoado em inúmeros festivais com o filme Gomorra (Grande Prémio do Festival de Cannes 2008, Prémio Europeu do Cinema 2008), que estará em Lisboa nos dias 23 e 24 de Maio, será um dos realizadores que 8 ½ homenageia em 2010 com uma retrospectiva completa.
O mesmo acontecerá com Marco Bellocchio que chega à capital no dia 20 de Maio para inaugurar um ciclo que a Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema lhe dedica, com o seu primeiro filme Pugni in Tasca, de 1965.
No dia 21, o realizador estará presente na sessão de abertura do 8 ½ Festa do Cinema Italiano, para apresentar em ante-estreia nacional o seu mais recente filme Vincere, nomeado para a Palma de Ouro do Festival de Cannes em 2009.
Doc’s Kingdom 2010
Seminário International sobre Cinema Documental
16 > 20 Junho
Serpa
O Doc’s Kingdom é um encontro de visionamento e discussão sobre o documentário contemporâneo que se oferece como alternativa à dimensão quantitativa dos festivais. Desde a sua primeira edição, em 2000, o seminário mantém as características distintivas que lhe estiveram na base: um mesmo grupo ê alguns filmes fortes e diversos ao longo de quatro ou cinco dias e conversa informalmente sobre eles.
O Doc’s Kingdom realiza-se em Serpa, no Baixo Alentejo, região ainda bem preservada onde resiste uma cultura popular e que proporciona um ambiente convidativo à reflexão e troca de ideias. A referência-tributo inscrita no nome tem dimensão programática: o filme homónimo de Robert Kramer, rodado em Portugal na década de oitenta, é uma obra de quem filmou sempre entre o documentário e a ficção e a questionar o próprio gesto de filmar.
dvd
o laço branco
de Michael Haneke
Clap Filmes
depois das aulas
de António Campos Midas Filmes
old joy
de Kelly Reichardt Alambique Filmes
cinzas e sangue
de Fanny Ardant
Clap Filmes
pack werner schroeter
O Rei das Rosas Duas Esta Noite
Clap Filmes
caixa heddy honingmann
Metal e Melancolia O Amor Natural Para Sempre O Olvido Midas Filmes
eric rohmer - provas abonatórias
de André S. Labarthe
Midas Filmes
a vida é doce
de Mike Leigh Midas Filmes
nu
de Mike Leigh Midas Filmes
raparigas de sucesso
de Mike Leigh Midas Filmes
Pack Eric Rohmer: O Moderno
4 Aventuras de Reinette e Mirabelle
A Árvore, o Presidente e a Mediateca
Os Encontros de Paris
Clap Filmes
Pack Eric Rohmer: Comédias e Provérbios
A Mulher do Aviador
O Bom Casamento
Paulina na Praia
Noites de Lua Cheia
O Raio Verde
O Amigo da Minha Amiga Clap Filmes
pack eric rohmer: Contos das 4 Estações
Conto de Primavera
Conto de Outono
Conto de Inverno
Conto de Verão
Midas Filmes
a marquesa d'o
de Eric Rohmer
Midas Filmes
perceval, o gaulês
de Eric Rohmer
Midas Filmes
o signo do leão
de Eric Rohmer
Midas Filmes
estante
como triunfar como Argumentista
Linda Seger
Edições Cine-Clube de Avanca (2008)
240 páginas
Uma obra destinada a despertar a criatividade, mas também a ensinar ao aspirante a escritor o processo do acto criativo no contexto da escrita de argumento. Aqui, Linda Seger combina ferramentas para pensar e escrever de forma mais criativa com o saber-fazer da profissão de argumentista.
Um livro que proporciona o conhecimento necessário para escrever argumentos de cinema e televisão ao mais alto nível, através da experiência e dos conselhos de Linda Seger, autora de vários “best-sellers” sobre argumento e realização, tendo em 1981 criado e definido a profissão de consultor de argumentos.
Desde então, já trabalhou como consultora em mais de 2000 argumentos de cinema e televisão e deu formação nas mais variadas e reputadas instituições de cinema americanas (tais como ABC, CBS, NBC, Disney, Turner Network, Motion Picture Academy, Directors Guild, Writers Guild e American Film institute), assim como em empresas do mundo inteiro.
O Argumento Cinematografico
de Dominique Parent-Altier Edições Texto & Grafia (2009) 144 páginas
Texto escrito para ser filmado, obra por definição invisível, o argumento presta-se a uma análise rigorosa, aqui conduzida através de cinco grandes eixos: a escrita, o enredo, a personagem, o conflito e a estrutura. Para além das regras formais desta actividade, este manual procura ainda oferecer ao leitor uma compreensão coerente dos fundamentos teóricos e práticos do argumento.
Apoiando-se em exemplos de filmes que pertencem, na sua maioria, ao cinema popular contemporâneo, este livro - o primeiro no mercado português - explora as funções dramatúrgicas, os princípios e as tradições que influenciam a escrita do argumento, e vem responder a uma procura crescente por textos de formação nesta área.
lista de espera
todos os outros
de Maren Ane
wishky
de Juan Pablo Rebella e Pablo Stoll
wall street - o dinheiro não pára
de Oliver Stone
canino
de Yorgos Lanthimos
o caso farewell
de Christian Carion
partir
de Catherine Corsini
brooklyn's finest
de Antoine Fuqua
creation
de Jon Amiel
cell 211
de Daniel Monzón
em inglês, s.f.f.
de Armando Iannucci
machete
de Robert Rodriguez
b.s.o.
A Missão de Ennio Morricone Virgin Records
Não é um nome qualquer, é um nome a que qualquer cinéfilo ou apreciador de música que se preze naturalmente se verga sempre que o ouvimos e nunca talvez nos tenhamos vergado tanto ao nome de Ennio Morricone como na banda sonora de A Missão , filme realizado por Roland Joffé (hoje um cineasta esquecido e eclipsado) que conseguiu vencer a Palma de Ouro de Cannes no seu ano, obra a operar no limiar da perfeição a capacidade do compositor italiano combinar grandes arranjos orquestrais com melodias simples e belas.
Aqui a música não é só uma das grandes personagens desta história, ao lado de Jeremy Irons, Robert De Niro e das cataratas na selva na Amazónia - pois é pela música que os missionários chegam à alma dos indígenas que pretendem converter à fé cristã - como se transforma ainda numa ponte entre os homens, abrindo caminho à relação espiritual entre a alma e a natureza e provando que a arte musical pode ser uma verdadeira janela para o divino.
vintage
Foxy Brown
(Foxy Brown, 1974)
de Jack Hill
Um clássico da blaxploitation e um dos mais influentes filmes dentro deste género, Foxy Brown foi escrito e realizado por Jack Hill que inicialmente tinha pensado fazer desta obra uma sequela do seu filme anterior; Coffy (1973), título que contara igualmente com a presença de Pam Grier no papel principal e havia constituído um enorme êxito.
Para a história fica mais uma vez o contributo da actriz Pam Grier, cuja interpretação e corpo deu à personagem um estatuto único, muitas vezes considerado como o arquétipo fundamental do género, um símbolo que não poucas vezes foi encarado como um símbolo do poder feminista, capaz de transcender a sua época e ainda hoje considerado por muitos como um dos primeiros filmes da blaxploitation a proporcionar o retrato de uma mulher forte e independente.