quarta-feira, 5 de agosto de 2009

A prequela de Alien volta a Scott


Ridley Scott vai afinal realizar a anunciada prequela da saga Aliens, contrariando a ideia que o colocava apenas como produtor do projecto que inicialmente tinha a cadeira de realizador entregue a um novato da pulicidade televisiva: Carl Rinsch (parece que a 20th Century Fox não esteve para arriscar com um estreante e exigiu a Scott que tomasse definitivamente as rédeas). Na nossa opinião, não podia estar em melhor mãos, pela razão simples de que continuamos a considerar o primeiro Alien, entre nós sub-intitulado O 8.º Passageiro, como o melhor de todos.

Primeiro, porque foi aquele que melhor soube maximizar o potencial "suspensivo" da imagem do monstro alienígena (se bem se lembram, o Alien apenas se mostrava em toda a sua imponência bem no final, na mítica cena em que se debate com a única sobrevivente interpretada por Sigourney Weaver) - lembramo-nos de Alien: O 8.º Passageiro menos como um filme de ficção científica, mas mais como um thriller noir de terror psicológico (e "noir" talvez seja a palavra certa para resumir a memória que deles temos: um filme a preto e branco, sobretudo, onde as sombras e o suspense definem o verdadeiro jogo do rato e do gato em que se transforma a história daquela nave que dá de caras com um estranho e fatal ser extra-terrestre).

Segundo, porque Ridley Scott já deu provas de que o terreno da ficção científica é matéria que manuseia com destreza e mestria: a sua última aventura neste campo continua a ser o memorável Blade Runner: Perigo Eminente. O novo episódio recua precisamente até aos acontecimentos decorridos antes do filme inaugural e conta na escrita do argumento com o nome de Jon Spaihts, considerado o argumentista do momento no domínio da ficção científica. Só não queremos que se repitam os casos abjectos de Jean-Pierre Jeunet ou as abusivas explorações comerciais que constituíram os Aliens Vs. Predator.

Para nós, o Alien continua a ser essa espécie de "femme fatale" alienígena, misteriosa e negra, venenosa e mortal, esguia e curvilínea, que só se mostra no instante mais extremo do fantasma que invoca: a Morte.

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