quarta-feira, 20 de maio de 2009

Gilles Jacob: o senhor Cannes


Como estamos em maré de citações, cá vai mais uma (sublinhados nossos):

"Não penso que o cinema tenha morrido. O cinema está sempre à beira de morrer e sempre à beira de nascer outra vez. Repare: já se falava na morte do cinema quando apareceu a televisão, já se dizia que para o cinema sobreviver tinha que imitar a televisão, ser um telefilme, cheio de diálogos e de grandes planos... Por isso é que alguns autores desataram a fazer filmes sem diálogos nenhuns e completamente abstractos.
(...)
O que me torna pessimista é a diminuição da curiosidade do espectador. Isso é que é dramático: todas as solicitações dos jovens, a internet, desviam esta geração do cinema, e do cinema que não é americano. O cinema português é bom exemplo. Manoel de Oliveira é um enorme carvalho que colocou na sombra uma série de cineastas portugueses. Encarna a alma de um país. Ora, para além da curiosidade que de fora se possa ter por quem encarna a alma de um país, não sobra muito mais para descobrir outras coisas. E no caso português é injusto que não se conheça uma escola forte de documentarismo. Os jornalistas e críticos têm aí papel fundamental."

Gilles Jacob em entrevista a Vasco Câmara, publicada no Público do passado dia 12 de Maio: texto integral aqui.

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