A intenção inicial era que as duas extensões do Indie Lisboa 2009 em Leiria (Teatro José Lúcio da Silva e Teatro Miguel Franco) e Alcobaça (Cine-Teatro de Alcobaça) não "competissem" uma com a outra no capítulo da programação (ou seja, evitando filmes repetidos ou uma selecção redundante). Conseguimo-lo: tirando a sessão de abertura do Indie Júnior + 3 anos, não existe mais nenhum título que, digamos, "colida" entre ambas as extensões (consulta a programação completa aqui). No fundo, a ideia era que os dois programas se complementassem e ao mesmo tempo permitissem ao público da região (Leiria e Alcobaça não estão assim tão longe uma da outra) a oportunidade de ver mais filmes e sentir durante mais dias o espírito de um festival tão relevante hoje como o Indie Lisboa.
O festival é sem dúvida um dos acontecimentos do ano na capital e assim temos, sobretudo, a hipótese de ver transportadas algumas das suas melhores obras numa lógica pura de descentralização que nunca deixou de ser um esforço nosso (é esse um dos princípios que move a *aurora) e da própria direcção do festival (que sempre se tem mostrado sensível a esse desejo). A Zero em Comportamento teve neste capítulo um gesto de enorme empenho (até porque não é muitas vezes fácil conseguir dar resposta a esta procura de títulos: as cópias normalmente seguem para outros festivais) e também de grande compreensão para as necessidades culturais da nossa região.
Deste modo, pensamos, a Zero em Comportamento compreende que o Indie Lisboa tem ao fim de seis edições não apenas uma dimensão cultural única em Lisboa, mas também nacional (apesar de tudo, já serão poucos os que não conhecem o festival, sem esquecer ainda a outra meia dúzia de extensões que vão construindo a reputação do festival por esse país fora). Não fosse isso e não teríamos, portanto, muitas chances de ver filmes como Louise-Michel da dupla Benoit Delèpine e Gustave Kervern ou Tony Manero do chileno Pablo Larrain, ou ainda O Homem que Engarrafava Nuvens de Lírio Ferreira e o último "opus" do Herói Independente deste ano, Werner Herzog, Encounters at the End of the World (o filme que, aliás, abriu o festival este ano e teve nomeação para a categoria de Melhor Documentário na última cerimónia dos Óscares). E falta-nos incluir aqui os premiados, tais como o português Visita Guiada de Tiago Hespanha (Prémio do Público para Melhor Curta-Metragem, cuja rodagem, sabemos, andou por monumentos como o Mosteiro de Alcobaça) ou Jalainur do chinês Ye Zhao (Prémio de Distribuição e mais um retrato profundo da China moderna).
São oportunidades únicas de respirar um pouco fora do, por vezes, "abafado" regime nacional de distribuição e perceber as várias formas de produção e de narrativa que existem por esse mundo, atravessadas pelas mais diversas latitudes e sensibilidades e possibilitando-nos olhar para realidades que raramente parecem ter lugar no actual panorama audiovisual (e a verdade é que têm). Observar estes filmes é viajar a um universo artístico que é naturalmente mais complexo e diversificado do que o "mercado" nos pretende fazer crer e, acima de tudo, obter uma visão do que implica a "independência" no domínio da produção cinematográfica.
Mais um grande projecto a juntar a outros tantos que têm vindo a realçar o destacamento socio-cultural do concelho de Alcobaça nos últimos anos. Os meus sinceros parabéns!! Continuação de bons projectos e óptimos eventos como este! Até sexta!(amanhã)
A *aurora é uma rede criativa de programação e exibição de cinema que aposta em trazer às salas e aos espaços culturais da região Oeste todas as obras de relevância histórica e artística que muitas vezes temos dificuldade em observar no grande ecrã.
slogan
uma nova ideia de programação,
uma nova forma de olhar o cinema
agenda
Ciclo de Cinema
Cinema e Literatura
em colaboração com o XVIII Festival de Música de Alcobaça - Cistermúsica
Cine-Teatro de Alcobaça Alcobaça
18 > 26 de Julho
domingos e segundas
A história das relações entre a literatura e o cinema tem sido um caso quase tão antigo quanto a própria história das imagens em movimento, um mundo em certas ocasiões povoado de equívocos, noutros momentos marcado por desfechos felizes.
Talvez por isso, porque a palavra e o texto literário nunca deixaram de ter o poder de suscitar imagens e oferecerem-nos narrativas, a Sétima Arte pela mão dos seus maiores cineastas foi sempre buscar ao campo da literatura o melhor que esta tinha para oferecer.
Mais uma vez em colaboração com a actual edição do Cistermúsica, a rede *aurora apresenta o ciclo Cinema e Literatura, uma iniciativa que responde não apenas ao lema do festival, procurando evocar alguns dos melhores episódios de adaptações literárias no universo do cinema ao longo das últimas décadas, mas que representa ainda uma homenagem ao melhor que o cruzamento entre estas duas artes nos ofereceu.
em cartaz
programa
O Leopardo de Luchino Visconti domingo 18 de Julho 21h 30
Um dos maiores filmes do mestre italiano Luchino Visconti, esta adaptação da obra homónima de G. Tomasi di Lampedusa venceu a Palma de Ouro de Cannes e contou com interpretações de Burt Lancaster, Alain Delon e Claudia Cardinale.
O Desprezo de Jean-Luc Godard segunda 19 de Julho 21h 30
Adaptação de um dos grandes romances do escritor italiano Alberto Moravia por Jean-Luc Godard, um dos magos e mentores da Nouvelle Vague, com a presença mítica de Brigitte Bardot, Michel Piccoli, Jack Palance e Fritz Lang.
Washington Square domingo 25 de Julho 21h 30
Revisão de uma das melhores obras de Henry James, um dos escritores norte-americanos mais proeminentes do séc. XIX, realizado pela cineasta polaca Agnieszka Holland e com interpretações de Jennifer Jason Leigh e Albert Finney.
Morte em Veneza segunda 26 de Julho 21h 30
Baseado no clássico da literatura do escritor germânico Thomas Mann, uma das adaptações mais apaixonadas de Luchino Visconti, que resulta numa profunda reflexão sobre a arte e a vida, a beleza e a morte, ao som de Gustav Mahler.
Filme-concerto
Aurora
Cine-Teatro Avenida Castelo Branco
11 de Setembro
sábado
Considerado uma obra-prima absoluta do cinema e um dos mais belos filmes alguma vez feitos, Aurora é um prodígio visual e narrativo que continua a entusiasmar espectadores e comunidade cinéfila ao fim de mais de oito décadas.
O filme-concerto que nos oferece agora a oportunidade de rever este clássico da Sétima Arte não procura apenas transportar para o presente uma técnica comum aos primórdios do cinema: a interpretação ao vivo de uma banda sonora durante a exibição de filmes mudos.
A 3ª edição de 8 ½ Festa do Cinema Italiano vai ficar marcada pela presença de grandes realizadores do novo cinema italiano e pela exibição de filmes em ante-estreia nacional..
Matteo Garrone, galardoado em inúmeros festivais com o filme Gomorra (Grande Prémio do Festival de Cannes 2008, Prémio Europeu do Cinema 2008), que estará em Lisboa nos dias 23 e 24 de Maio, será um dos realizadores que 8 ½ homenageia em 2010 com uma retrospectiva completa.
O mesmo acontecerá com Marco Bellocchio que chega à capital no dia 20 de Maio para inaugurar um ciclo que a Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema lhe dedica, com o seu primeiro filme Pugni in Tasca, de 1965.
No dia 21, o realizador estará presente na sessão de abertura do 8 ½ Festa do Cinema Italiano, para apresentar em ante-estreia nacional o seu mais recente filme Vincere, nomeado para a Palma de Ouro do Festival de Cannes em 2009.
Doc’s Kingdom 2010
Seminário International sobre Cinema Documental
16 > 20 Junho
Serpa
O Doc’s Kingdom é um encontro de visionamento e discussão sobre o documentário contemporâneo que se oferece como alternativa à dimensão quantitativa dos festivais. Desde a sua primeira edição, em 2000, o seminário mantém as características distintivas que lhe estiveram na base: um mesmo grupo ê alguns filmes fortes e diversos ao longo de quatro ou cinco dias e conversa informalmente sobre eles.
O Doc’s Kingdom realiza-se em Serpa, no Baixo Alentejo, região ainda bem preservada onde resiste uma cultura popular e que proporciona um ambiente convidativo à reflexão e troca de ideias. A referência-tributo inscrita no nome tem dimensão programática: o filme homónimo de Robert Kramer, rodado em Portugal na década de oitenta, é uma obra de quem filmou sempre entre o documentário e a ficção e a questionar o próprio gesto de filmar.
dvd
o laço branco
de Michael Haneke
Clap Filmes
depois das aulas
de António Campos Midas Filmes
old joy
de Kelly Reichardt Alambique Filmes
cinzas e sangue
de Fanny Ardant
Clap Filmes
pack werner schroeter
O Rei das Rosas Duas Esta Noite
Clap Filmes
caixa heddy honingmann
Metal e Melancolia O Amor Natural Para Sempre O Olvido Midas Filmes
eric rohmer - provas abonatórias
de André S. Labarthe
Midas Filmes
a vida é doce
de Mike Leigh Midas Filmes
nu
de Mike Leigh Midas Filmes
raparigas de sucesso
de Mike Leigh Midas Filmes
Pack Eric Rohmer: O Moderno
4 Aventuras de Reinette e Mirabelle
A Árvore, o Presidente e a Mediateca
Os Encontros de Paris
Clap Filmes
Pack Eric Rohmer: Comédias e Provérbios
A Mulher do Aviador
O Bom Casamento
Paulina na Praia
Noites de Lua Cheia
O Raio Verde
O Amigo da Minha Amiga Clap Filmes
pack eric rohmer: Contos das 4 Estações
Conto de Primavera
Conto de Outono
Conto de Inverno
Conto de Verão
Midas Filmes
a marquesa d'o
de Eric Rohmer
Midas Filmes
perceval, o gaulês
de Eric Rohmer
Midas Filmes
o signo do leão
de Eric Rohmer
Midas Filmes
estante
como triunfar como Argumentista
Linda Seger
Edições Cine-Clube de Avanca (2008)
240 páginas
Uma obra destinada a despertar a criatividade, mas também a ensinar ao aspirante a escritor o processo do acto criativo no contexto da escrita de argumento. Aqui, Linda Seger combina ferramentas para pensar e escrever de forma mais criativa com o saber-fazer da profissão de argumentista.
Um livro que proporciona o conhecimento necessário para escrever argumentos de cinema e televisão ao mais alto nível, através da experiência e dos conselhos de Linda Seger, autora de vários “best-sellers” sobre argumento e realização, tendo em 1981 criado e definido a profissão de consultor de argumentos.
Desde então, já trabalhou como consultora em mais de 2000 argumentos de cinema e televisão e deu formação nas mais variadas e reputadas instituições de cinema americanas (tais como ABC, CBS, NBC, Disney, Turner Network, Motion Picture Academy, Directors Guild, Writers Guild e American Film institute), assim como em empresas do mundo inteiro.
O Argumento Cinematografico
de Dominique Parent-Altier Edições Texto & Grafia (2009) 144 páginas
Texto escrito para ser filmado, obra por definição invisível, o argumento presta-se a uma análise rigorosa, aqui conduzida através de cinco grandes eixos: a escrita, o enredo, a personagem, o conflito e a estrutura. Para além das regras formais desta actividade, este manual procura ainda oferecer ao leitor uma compreensão coerente dos fundamentos teóricos e práticos do argumento.
Apoiando-se em exemplos de filmes que pertencem, na sua maioria, ao cinema popular contemporâneo, este livro - o primeiro no mercado português - explora as funções dramatúrgicas, os princípios e as tradições que influenciam a escrita do argumento, e vem responder a uma procura crescente por textos de formação nesta área.
lista de espera
todos os outros
de Maren Ane
wishky
de Juan Pablo Rebella e Pablo Stoll
wall street - o dinheiro não pára
de Oliver Stone
canino
de Yorgos Lanthimos
o caso farewell
de Christian Carion
partir
de Catherine Corsini
brooklyn's finest
de Antoine Fuqua
creation
de Jon Amiel
cell 211
de Daniel Monzón
em inglês, s.f.f.
de Armando Iannucci
machete
de Robert Rodriguez
b.s.o.
A Missão de Ennio Morricone Virgin Records
Não é um nome qualquer, é um nome a que qualquer cinéfilo ou apreciador de música que se preze naturalmente se verga sempre que o ouvimos e nunca talvez nos tenhamos vergado tanto ao nome de Ennio Morricone como na banda sonora de A Missão , filme realizado por Roland Joffé (hoje um cineasta esquecido e eclipsado) que conseguiu vencer a Palma de Ouro de Cannes no seu ano, obra a operar no limiar da perfeição a capacidade do compositor italiano combinar grandes arranjos orquestrais com melodias simples e belas.
Aqui a música não é só uma das grandes personagens desta história, ao lado de Jeremy Irons, Robert De Niro e das cataratas na selva na Amazónia - pois é pela música que os missionários chegam à alma dos indígenas que pretendem converter à fé cristã - como se transforma ainda numa ponte entre os homens, abrindo caminho à relação espiritual entre a alma e a natureza e provando que a arte musical pode ser uma verdadeira janela para o divino.
vintage
Foxy Brown
(Foxy Brown, 1974)
de Jack Hill
Um clássico da blaxploitation e um dos mais influentes filmes dentro deste género, Foxy Brown foi escrito e realizado por Jack Hill que inicialmente tinha pensado fazer desta obra uma sequela do seu filme anterior; Coffy (1973), título que contara igualmente com a presença de Pam Grier no papel principal e havia constituído um enorme êxito.
Para a história fica mais uma vez o contributo da actriz Pam Grier, cuja interpretação e corpo deu à personagem um estatuto único, muitas vezes considerado como o arquétipo fundamental do género, um símbolo que não poucas vezes foi encarado como um símbolo do poder feminista, capaz de transcender a sua época e ainda hoje considerado por muitos como um dos primeiros filmes da blaxploitation a proporcionar o retrato de uma mulher forte e independente.
Que grande e variado cartaz que se se aproxima. Bem haja pelos esforço e para bem de Alcobaça. Lá estaremos.
ResponderEliminarMais um grande projecto a juntar a outros tantos que têm vindo a realçar o destacamento socio-cultural do concelho de Alcobaça nos últimos anos.
ResponderEliminarOs meus sinceros parabéns!!
Continuação de bons projectos e óptimos eventos como este!
Até sexta!(amanhã)
Ricardo Leandro