sexta-feira, 31 de julho de 2009

Espólio de Leitão de Barros e Cottinelli Telmo


São boas notícias para parte do legado do cinema português (embora não só): a EPHEMERA - Biblioteca e Arquivo de José Pacheco Pereira recebeu durante esta semana o espólio da família Cottinelli Telmo e da família Leitão de Barros (a acompanhar estava ainda o espólio do Coronel Marques Leitão), que reúne segundo o blogue do historiador português um conjunto valioso de livros, revistas, periódicos e outros documentos, material que ocupava cerca de cinquenta caixas e seis grandes estantes.

Pode-se ler ainda ali que se trata "de um conjunto de espólios oriundos de famílias com um papel fundamental na história cultural do Portugal do século XX, na literatura, no cinema, na 'educação popular', na arquitectura e em outras áreas', assim como podemos estar descansados de que os 'espólios serão organizados e inventariados e progressivamente as suas peças mais interessantes (...) publicadas'." Mas o que nos interessa também destacar aqui é o valor da preservação que nos assegura a partir de agora de que pelo menos alguns documentos de dois dos maiores cineastas portugueses de sempre estarão a salvo da degradação e do esquecimento, adequadamente arquivados e protegidos para posterior consulta e exposição.

Por outro lado, não nos choca nada que esse trabalho acabe a ser feito por uma biblioteca privada (a maior do país, segundo rezam as crónicas) e sem que à primeira vista tenha havido interesse ou intervenção de qualquer instituição pública ou do próprio Estado português - de facto, não sabemos se esse pedido alguma vez foi feito por parte dos familiares junto do poder público e acreditamos que os familiares viram nesta solução a melhor saída para tão importantes documentos. O trabalho, aliás, de Pacheco Pereira neste campo tem sido irrepreensível e dá-nos (provavelmente melhor do que ninguém) a garantia que, desta forma, se protege um fundamental pedaço da vida e do trabalho de ambos os realizadores, responsáveis, também eles, por captarem e preservarem os seus pedaços de identidade nacional em obras como Nazaré, Praia de Pescadores, Maria do Mar, A Severa, As Pupilas do Senhor Reitor, Ala-Arriba (Leitão de Barros) ou A Canção de Lisboa (Cottinelli Telmo).

(na imagem uma foto de Ala-Arriba)

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