Mais um pedaço de história do cinema norte-americano que se esboroa: Karl Malden, actor mais conhecido pelas suas interpretações em vários filmes do mestre Elia Kazan, entre eles
Há Lodo no Cais (1954), que lhe valeu uma nomeação para o Óscar de Melhor Actor Secundário, e
Um Eléctrico Chamado Desejo (1951), que antes já lhe valera a estatueta propriamente dita na mesma categoria (em ambos os filmes ao lado do "monstro" Marlon Brando), faleceu na sua casa de Los Angeles aos 97 anos de idade.
Famoso pelo seu nariz proeminente e por uma voz grave e intensa, Malden dava às suas personagens uma essência e uma substância fora de comum, capaz de assegurar em cada papel que interpretava a presença de alma e corpo que tais construções dramáticas exigiam: sabíamos estarmos ali perante "homens" de carne e osso, mas não "homens" quaisquer (ou seja, não pressentíamos ali o habitual estereótipo de masculinidade que muitas vezes Hollywood nos presenteava), antes seres complexos e frontais.
Entrou em muitos outros filmes que o ajudaram a afirmar-se na posição de um dos actores norte-americanos mais respeitáveis de sempre:
The Kiss of Death (1947) de Henry Hathaway,
Eu Confesso (1953) de Alfred Hitchcock,
O Grande Combate (1964) de John Ford,
Patton (1970) de Franklin J. Schaffne, sem deixar de referir
Boomerang! (1947) e
Babydoll (1956), ambos de Elia Kazan (o cineasta que talvez melhor tenha retirado de si toda a carga dramática que encerrava). Mais tarde, durante a década de 1970, fez dupla com Michael Douglas na famosa série de televisão
The Streets of San Francisco. E entre 1989 e 1993 ainda presidiu à Academia das Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood.
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