Está aí mais um ciclo de cinema da *aurora no CCC das Caldas da Rainha:
Sexo: O Último Tabu pode ser entendido como o segundo capítulo de uma viagem que começou no passado mês de Maio com
Escandaloso (um programa que revitalizava algumas das grandes obras-choque da década de 1970 - embora não só, por lá andou também
Lua de Mel, Lua de Fel de Polanski - a tocar o delicado tema da sexualidade no grande ecrã) e que se inicia já no próximo dia 3 de Agosto estendendo-se até ao final do mês (calha mesmo no último dia, a 31, decorrendo sempre às segundas-feira, pelas 21h 30, como de costume, no Pequeno Auditório). São cinco obras que desenham um pequeno retrato de como o sexo foi abordado por alguns realizadores consagrados na última década (e estamos a falar de Patrice Chéreau, Michael Winterbottom, John Cameron Mitchell, Catherine Breillat e Jean-Claude Brisseau) e a forma como estes nomes se aplicaram em abordar um das últimas grandes barreiras do cinema: a transposição para a tela do sexo explícito como mais um instrumento ao serviço da narrativa.
É verdade que a relação do cinema com o sexo é muito antiga (e sabemos como nem mesmo a censura conseguiu apagar as vezes em que o sexo andou pelo cinema sem se mostrar, mas fazendo-se sentir, a latejar em todos os poros da película, pulsão da história e das suas personagens - e um dia, está prometido, vamos fazer um ciclo dedicado a isso mesmo: os filmes "sexuais" que no fundo nunca mostraram o "sexo" tal como o conhecemos, apesar de darmos com ele onde quer que olhássemos) e é igualmente verdade que haveria mais filmes a incluir para além destes que teremos aqui, mas julgamos que o que vamos ver já oferece uma boa amostra de tudo o que recentemente alguns autores consagrados arriscaram nessa área. Não são brincadeiras "pornográficas" nem visões "erotizadas", são incursões sérias num campo que sempre sofreu de preconceitos artísticos e que com estas obras viu abertas novas possibilidades para a integração do sexo na Sétima Arte.
Não vamos revelar toda a agenda - a qual pode ser consultada no
site do CCC das Caldas da Rainha e brevemente no
site oficial da *aurora - nem desenvolver todos os contextos e as circunstâncias que envolvem cada um dos filmes; a ideia é só abrir um pouco o apetite para mais esta aposta arrojada de um director que dá pelo nome de Carlos Mota e que connosco acredita que não há temas tabu no mundo da sala de cinema, principalmente quando é o próprio cinema a mostrar-nos a "verdade" que existe por trás das relações humanas e da sua intimidade, onde o sexo, como qualquer outro factor da vida, pode ter um papel preponderante a desempenhar.
(na foto acima: os actores Mark Rylance e Kerry Fox numa cena de
Intimidade de Patrice Chéreau)
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