quinta-feira, 9 de abril de 2009

O cinema de Israel e da Palestina existe: e mostra a história de um conflito visto por dentro.

É um dos dramas mais complexos da História Contemporânea e um dos que continua sem dúvida a suscitar maiores dúvidas e equívocos no universo mediático português: o conflito israelo-palestiniano vai ter direito a um ciclo de cinema no Cine-Teatro de Alcobaça, durante os próximos dias 11, 12 e 13 de Abril (tempo de Páscoa e tempo em que viajamos de uma forma ou de outra até à Terra Santa), intitulado Caem Bombas no Paraíso (consulta o programa clicando na imagem do cartaz ao lado), destinado a reflectir sobre a guerra no Médio Oriente e tudo aquilo que continua a dividir dois dos povos mais antigos e flagelados da Humanidade.

O ciclo de cinema Caem Bombas no Paraíso pode não trazer todo o cinema que ali se tem produzido, mas dá-nos uma amostra importante da melhor produção recente destes dois “jovens” estados
  com obras que têm sido aclamadas não só nos mais importantes festivais internacionais, mas que também chegaram a receber nomeações nas últimas cerimónias dos Óscares.

São os casos das propostas que abrem e fecham este ciclo: A Valsa com Bashirdo israelita Ari Folman (ver imagem acima), exibido na sessão de abertura, sábado, dia 11 de Abril, pelas 21h 30, e O Paraíso, Agora do palestiniano Hany Abu-Assad, segunda, 13 de Abril, também às 21h 30, produções nomeadas para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro nas edições de 2008 e 2005 respectivamente.

O primeiro relata a viagem surreal de um antigo combatente israelita ao interior das suas memórias de guerra durante o conflito do início dos anos 1980 entre Israel e Líbano (é um filme baseado na experiência pessoal do realizador), enquanto o segundo faz o retrato de dois jovens amigos palestinianos recrutados como bombistas-suicida (uma visão que mereceu várias polémicas e criticas a partir de ambos os lados da barricada: os israelitas recusando ver nele uma tentativa de humanização do terrorista e os próprios palestinianos acusando-o de demonizar a causa árabe).

Pelo meio, há mais duas obras imprescindíveis: Intervenção Divina do palestiniano Elia Suleiman, domingo, dia 12 de Abril, pelas 17h, que não só desenha uma crónica de amor entre um palestiniano de Jerusalém e uma palestiniana de Ramallah em busca de intimidade no meio do quotidiano demencial nos territórios ocupados, da violência diária e da rotina dos “check-points”, como se desfaz em episódios de comédia burlesca e delírios frenéticos.

Resta mencionar Vai e Vive, um filme do romeno Radu Mihaileanu, no mesmo dia, pelas 21h 30, que conta a odisseia de um rapaz africano declarado judeu para fugir à fome no Sudão e que acaba por ser adoptado por uma família francesa sefardita em Telavive.

Sem comentários:

Enviar um comentário